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sábado, 14 de junho de 2008

DESGASTE DO MAGISTÉRIO

Lendo o editorial de hoje, no jornal Zero Hora,com o título acima, senti necessidade de expressar minhas idéias correlatas.
É bom que seja bastante veiculada a triste realidade pela qual uma categoria tão importante para a sociedade vem passando neste país. (Preciso aqui omitir o meu julgamento a respeito da pouca exigência de alto nível de formação acadêmica para ser líder da Nação,o que invariavelmente vai determinar a valorização ou não da educação). O desgaste financeiro, psicológico, emocional,motivacional e,sob meu ponto de vista,o pior:a insegurança física.
É incontestável que a procura pela carreira do magistério vem diminuindo e que devemos concordar com uma verdade polêmica;a de que quem busca melhores resultados qualitativos está buscando outras faculdades,que não as de Educação.Por outro lado, temos hoje muito mais professores altamante graduados do que há uma década. O que, curiosamente, não está se refletindo em maior qualidade de ensino. Acho que este é um fator para ser discutido.
Tenho 27 anos de magistério(ainda, e orgulhosamente, em sala de aula), não sou adepta de laudos médicos frequentes, nem de faltar por faltar, nem de pânico de aluno, de alergia a giz ou qualquer outro subterfúgio que me proporcione receber sem trabalhar. O que verifico na realidade (não de onde trabalho, Graças a Deus) é que quanto mais graduado o professor, quanto mais títulos possui, menos ele gosta de estar na sala de aula. Então para que tanta formação, tanta graduação? É preferível gente com boa qualificação e muita vontade de enfrentar a realidade da sala de aula. É lá que está o desgaste do magistério. E agora quero explicar por que falei que para mim o maior desgaste é a insegurança física. Por mais que um professor esteja bem preparado, bem motivado, seja competente em sala de aula, o desrespeito e as agressões verbais e físicas aos quais ele fica exposto diariamente é algo absurdo. As famílias não tem mais o menor respeito pelo profissional professor. Acham-se no direito de exigir à força,explicações e atitudes que nenhum outro tipo de profissional é obrigado a fazer.As agressões sofridas por professores diariamente, se forem alvo de denúncia deixarão a sociedade estarrecida. Se fossem devidamente registrados todos os episódios em que pais e mães agridem professores em seu local de trabalho, sem a menor punição, nenhum jovem mais seguiria esta profissão, em sã consciência.
Infelizmente este desrespeito todo não é sem motivo. Há uma grande parcela de profissionais que dão o péssimo exemplo. Um deles ocorrido na escola onde trabalho deixou estarrecidas a mim e minhas colegas.Numa determinada tarde, antes de encaminhar os alunos para suas salas, todos se preparavam para entoar o hino nacional, como exige a lei, e como é praxe em nossa escola. A diretora, à frente dos alunos, aguardando silêncio, lembrando-lhes da posição de sentido, do não uso do boné, etc...lembretes de sempre para reforçar o hábito que devemos criar em nossas crianças de respeitar os símbolos nacionais.Todos os professores, alunos e funcionários da escola, em silêncio, em pé, em posição respeitosa para o exercício da cidadania. Nesta oportunidade se encontravam no local, a convite da direção, alguns alunos do Curso (Superior) de Enfermagem, acompanhados de sua professora(bem graduada,certamente).Pasmem com sua atitude. Continuaram sentadas onde estavam (no mesmo local dos alunos).Continuaram conversando durante o hino e não demonstraram o menor constrangimento com a atitude tão anti-patriota. Não tivessem frequentado escola, poderíamos ainda desculpar, talvez. Mas pessoas que frequentam uma universidade, ou pior,que lecionam em uma....? Dá pra engolir?(Iracélia Zeni)

Um comentário:

Anônimo disse...

Iracélia.

Concordo plenamente. Sei que muitas vezes a gente também erra ou não faz como deveria, mas o real é que estamos tentando melhorar e corrigir falhas; o pior é quem só fala e aponta para os outros e nada faz para se corrigir. Infelizmente temos que encarar e de cabeça fria seguir, sempre confiante em Deus para nós orientar... Tenho feito isso.
"O que se planta colhe..."
Abraços, Luciara.